terça-feira, 21 de outubro de 2014

Diário de bordo de uma viagem sem destino

Uma mínima correção de rota, de fração de grau, pode fazer um navio com destino à Europa chegar na África.
Uma frase surrada diz que quando não se sabe aonde quer chegar, todos os caminhos estão errados.
Mas e quando não importa se vamos chegar à África ou à Europa?
Quando estamos desorientados, e em vários momentos ficamos mesmo, nosso destino acaba sendo um detalhe irrelevante.
Ficar voluntariamente à deriva nos define melhor.
Estarmos cansados em alto mar torna inútil qualquer remada, por isso deixamos os remos submergirem sem receio.
Já não importa que o bote salva-vidas fique dando voltas em torno de si como um prato de microondas a rodar sob o sol escaldante.
Ainda que o sabor dos ventos seja insípido, é o que temos para o momento.

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