Eleição a gente já viveu muitas e, apesar de ficarem apregoando a importância da democracia, esta é praticada em termos, porque nos é dada apenas a escolha de uns 2 ou 3 candidatos, se isso.
Essas últimas eleições então, mais pareceram o exercício do preconceito, do clubismo, da intolerância, e bem menos da prática democrática.
Foi um festival de acusação, um tiroteio verbal, que seria fácil imaginar as pessoas chegando às vias de fato não fosse a arena da luta um post de rede social.
De um lado os simpatizantes tucanos, que aos poucos se tornaram verdadeiros militantes da causa maior desse prélio eleitoral, para eles: tirar o PT do poder.
Referendados por uma avalanche de corrupção testemunhada nesses 12 anos de dominio vermelho, somada à pane econômica dos últimos tempos.
Tudo isso criou um clima de avidez por mudanças que datam das fatídicas manifestações do ano passado e que se reavivaram com a ida de Aécio Neves para o segundo turno.
Do outro lado da balança estão os eternos militantes petistas, paladinos da principal plataforma governista, a chamada reforma social.
O choque dessas forças acendeu um acalorado debate de idéias e pontos de vistas, muito superior aos debates dos candidatos na tv, mais preocupados em não meter os pés pelas mãos em público debaixo dos olhos de seus marketeiros.
Ficou nítida a insatisfação da classe média com uma política econômica que privilegia manter o assistencialismo em detrimento do combate à inflação e à eliminação de gargalos como a infra-estrutura deficiente.
Classe média que formava o côro tanto nas ruas como nas arquibancadas, mas que foi em parte anestesiada pelo pão e jogo da Copa.
Pode-se dizer que nessas eleições se evidenciou sim uma luta de classes enrustida, que redundou em preconceito contra pobres, negros, nordestinos.
Isso não só por "culpa" apenas da maioria dos nordestinos e pobres terem votado na mãe eternamente provedora, a Dona Dilma.
Mas também pela simplificação de que, diante de nossas dificuldades em mudar nossas perspectivas de vida, e isso incluindo a própria situação do país, preferimos achar os culpados.
É o famoso bode expiatório, que no caso se traveste de calango, bicho que até pouco tempo atrás fazia parte da cesta básica do sertanejo nordestino.
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