quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

Até o fechar dos olhos

Sem a luz eu não seria nada.
Eu dependo do clarão que invade as frestas da janela pra acordar da minha ilusão.
Todo dia sou puxado da minha cama a uma velocidade de 300.000 km/s.
Não para colocar os pés no chão, mas para saltar no vácuo dos meus desejos.
A luz me liberta dos meus fantasmas, essas âncoras imaginárias que me prendem na minha impotência.
Se existe uma caminhada pra alguma missão misteriosa, é a luz que desenha as sombras dos meus passos e me faz acreditar que existe um caminho.
Dizem que são as crianças que têm medo do escuro.
Mas elas temem o escuro concreto.
O escuro imaginário vai nos amendontrar até o fim dos nossos dias.
E que seja assim, pois é nessa alternância de luz-escuridão que a vida se move e o ser humano encontra motivação para fazer da vida uma tentativa de superação sem fim.
E até o fechar dos olhos, eu espero que uma nesga de luz sempre venha ao meu socorro, para clarear minha mente e acender meu coração como meu remédio diário.
Como Dylan Thomas esbraveja, lute, lute, lute contra a morte da luz.

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