As bonitinhas não chamam atenção.
As lindas, estão sempre sob os holofotes.
As bonitinhas saem da balada acompanhadas.
As lindas, depois de esnobar meio mundo vão embora sozinhas.
As bonitinhas vão casar e formar família.
As lindas também, mas alguns maridos vão descobrir que desposaram um troféu.
As bonitinhas vão conseguir emprego e se provar competentes.
As lindas, mesmo competentes, serão reféns de sua beleza.
As bonitinhas, quando têm filhos lindos, é uma dádiva.
As lindas, quando os filhos não saem à sua imagem, "o que deu errado"?
As bonitinhas, se engordarem, viram roliças simpáticas.
As lindas, "nossa, que tribufu".
As bonitinhas fazem personagens de filme.
As lindas, figuração de comercial.
As bonitinhas estão autorizadas a aparecer desleixadinhas.
As lindas, não se aguarda menos que deslumbrantes.
As bonitinhas até convencem como intelectuais e ativistas.
As lindas são loirinhas burras posando de engajadas.
Enfim, isso não é uma ode às bonitinhas.
Nem um tentativa gratuita de desancar as lindas.
É apenas a constatação de que tudo que é mediano tem um espaço mais confortável no mundo.
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