Você já deve ter ouvido essa frase de alguém, quando por exemplo, levantou uma hipótese com mais cheiro de fantasia do que da nossa pacata rotina.
É que os americanos, pela própria insistência em alimentar o tal sonho yankee, são mestres em florear, dramatizar, enlevar, espetacularizar o seu próprio dia-a-dia, transformando tudo que é vivido por lá num grande espetáculo.
Os filmes, embora de uma maneira exagerada, acabam refletindo esse sentimento de que nada na vida é tão banal que não possa virar um musical da broadway.
Lógico que vender o mito americano é parte fundamental da tarefa de manter sua hegemonia econômica e cultural sobre o mundo.
Um mundo que é ávido por consumir tudo que o show bizz deles é capaz de vender, afinal somos uma platéia assídua do espetáculo incessante chamado Estados Unidos.
Isso não é uma crítica direta ao regime econômico ou sistema de governo.
Antes disso, critico a idolatria cega que o resto do mundo devota ao Tio Sam.
O que o americano médio apresenta como ideal de life style está longe de ser um mode de vida equilibrado e feliz.
Fosse assim não veríamos os desajustes sociais que povoam os telejornais e suas obras de ficção.
Some-se a isso um constante sentimento de insegurança, alimentado pela indústria armamentista, e você terá uma sociedade doente, obcecada pela próxima catástrofe por vir.
Mas a impressão que dá é que o povo vive conformado com o status quo.
Parece que há uma aceitação velada de que esse é o preço a ser pago pela mais invejada e temida nação do mundo.
Uma nação formada por self-made men truculentos, partidários da eficiência, de gente que não titubeia para sacar uma arma na legítima defesa de si mesma.
Seu espírito vencedor nato é a mola mestra de uma sociedade materialmente bem-sucedida.
Mas não dá para deixar de apontar a empáfia americana de olhar somente para o próprio umbigo, não dando bola nem para sua mãe Inglaterra.
Os maiores defensores dos Estados Unidos rasgam elogios a um país "onde tudo funciona", mesmo que essa eficiência inclua as atrocidades que eles fazem em seus quintais espalhados pelo globo.
Mas "funcionar" é qualidade de engrenagem, de máquina.
Não da alma e do coração de um povo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário