Ele era um tipo diferente de terrorista.
Não advogava em causas políticas ou religiosas.
E nunca tinha matado ou intencionado matar alguém.
Apenas se autodenominava um estraga-prazeres, porque era isso que fazia: acabava com dietas.
O homem-bomba de chocolate era um perito em invadir spas, clinicas de endocrinologia ou lipoaspiração, academias, quaisquer desses lugares onde as pessoas vão recuperar ou manter sua auto-estima.
Invadia os locais bem naquele momento em que alguém perdia dois quilos de gordura ou terminava uma sessão de exercícios ensopado de suor.
Sua intenção era espalhar o terror, quebrar promessas de começo de ano, através de doses cavalares de serotonina coladas ao corpo em forma de bombons e barras de chocolate.
Sua simples aparição já provocava vítimas, pois quando pacientes de spa não caíam de boca no chocolate, acabavam afogados na própria saliva, tamanha a tentação do perfume endemoniado do cacau.
Assim como seu equivalente terrorista, todo homem-bomba de chocolate acaba por se suicidar, pois nessas incursões por spas ou clinicas de lipo, não raro recebe uma dentada faminta que acaba por perfurar algum órgão vital, quando não a própria jugular.
Estirado numa poça de sangue com chocolate, ele tem um final mais doce do que poderia imaginar em vida.
Um juízo final com direito a uma sobremesa que é o melhor dos manjares.
É simplesmente chocolate.
Nenhum comentário:
Postar um comentário