Quando escrevo este post, Thiago Monteiro teve sua partida contra Giles Simon no ATP de Gstaad adiada pela chuva.
Ele vencia por 6/2 4/3 e com três chances de quebra contra o Simon, um tenista que se não é brilhante tecnicamente, é um carne de pescoço e o favorito do torneio.
É uma pena porque Thiago aproveitaria o bom momento no jogo para liquidar a fatura e evitar dar uma chance de recuperação a Simon, porque a partida só recomeça amanhã, sexta-feira.
De qualquer forma, Monteiro, um jogador de 22 anos que ainda joga o quarto ATP de sua carreira, confirma sua enfim ascenção no circuito, prestes a entrar para os 100 primeiros do ranking mundial.
O que a meu ver possibilita a Monteiro esse ainda modesto destaque - venceu dois ex-top ten no começo do ano, Tsonga e Almagro - é que ele emocionalmente não se encaixa no típico atleta brasileiro.
Parece carregar um componente extra de foco e tranquilidade, aliado a muita garra, o que potencializa seu arsenal técnico, que não é exuberante.
Talvez ajude o fato de que ele não carregue o status de melhor jogador brasileiro, que cabe ao inconstante Thomas Bellucci, e por isso não sinta a pressão de ser o sucessor do Guga.
Ainda desconhecido do grande público, Thiago vai se aproveitando de pequenas brechas que os adversários vão abrindo para ele nos prestigiados torneios ATP.
Quem sabe se, como quem não quer nada, ele se firme enfim como o melhor tenista brasileiro antes que o grande público o alce a outro salvador da pátria, o que é sempre perigoso para qualquer atleta ainda "verde".
Porque o tênis, um esporte individual, disputado em sistema eliminatório e cujo circuito obriga os atletas a viajar e ficar longe de casa o tempo todo, é psicologicamente massacrante, principalmente para os garotos e garotas.
Felizmente, Thiago parece usar essa pressão como estímulo para a significante ascenção em 2016.
Que ele despreze os limites e suba o quanto merece.
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