Lebron James protagonizou nos últimos dias uma daquelas histórias que a mídia adora, uma chamada "jornada do herói" pronta para consumo.
Campeão da NBA pelos Cleveland Cavaliers, foi o responsável pelo fim de um jejum de 52 anos sem títulos da cidade sede, incluindo aí os times de basquete, futebol americano e beisebol. Foi o responsável, segundo alguns, pelo fim da "maldição" de Cleveland.
Isso superando a equipe sensação da NBA, o Golden State Warriors, que tinha sido o algoz dos Cavaliers na última temporada, tirando-lhe o doce da boca nos playoffs finais.
Para entender melhor o feito de James, é preciso considerar que ele começou sua carreira nos Cavaliers, mas "teve" que sair - episódio que lhe rendeu o epíteto de traidor - para se tornar bi-campeão no Miami Heat.
Daí, como todo bom filho, Lebron achou que era hora de voltar ao Cavaliers e se lançar ao desafio de trazer um inédito título para casa. E o fez com louvor, sendo considerado o jogador mais valioso dos 7 jogos finais, virando um placar adverso de 3 a 1.
Foi um feito e tanto, mas à parte o mérito de Lebron, que realmente jogou muito, claro que a mídia em geral se aproveitou para cercar a conquista de contornos dramáticos e épicos.
Primeiro que Lebron saiu e voltou para Cleveland porque quis, sempre assinando gordos contratos.
Ele também não ganhou o campeonato sozinho, mas estava cercado de excelentes jogadores.
Nas vitórias dos jogos 5 e 6, que decretaram o empate em 3 a 3, os Cavaliers chegaram ao final com um certa folga no placar.
De fato, Lebron foi decisivo nos momentos finais do desempate, onde num contra-ataque dá um salto espetacular e executa um toco mágico para impedir uma cesta dos Warriors, que poderia ser fatal àquela altura.
Mas isso é dos gênios como Michael Jordan e Pelé.
Por isso me irrita que a mídia use Lebron James como exemplo de superação, obstinação, blá-blá-blá para pessoas comuns.
O cara é um gênio do esporte, como é Kelly Slater, Michael Jordan, Michael Phelps.
Tá certo que atleta de alto nível precisa de foco para vencer, porque a disputa é equilibrada lá em cima.
Mas só chegam lá os muito talentosos e não me venham dizer que não.
O muito esforçado pode compor time, se destacar em um ou outro jogo, mas os decisivos serão sempre os mais talentosos.
Isso toda equipe, do esporte e da vida, sabe.
E paga fortunas por eles.
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