À parte tudo que dizem sobre um bom livro, sobre ser uma ótima companhia para a reflexão, dar ensinamentos para a vida, ajudar a pensar, um ótimo benefício de ler é conseguir escrever melhor.
Não que lendo você vá se tornar um Joyce ou um Mann, mas com certeza vai superar em muito aquele escritor que você foi quando fez a prova de redação do vestibular.
Ok, você pode pensar que se expressar melhor é o curso natural da vida depois de ser exposto a tanta revista, jornal, internet e reuniões de board.
Mas não.
Escrever bem exige prática, inclusive de muita leitura.
A verdade é que o cérebro, como todo músculo, precisa exercitar a conexão entre o pensamento e os dedos que digitam numa página em branco.
Daí a força da leitura, que se não é o exercício de escrever em si, funciona como um simulacro dele, só que, dependendo dos autores que você escolhe, em alto nível.
Então o seu cérebro vai procurar mimetizar aquelas milhares de páginas que você acha que não gravou, mas que estão em algum corredor da biblioteca que é o seu cérebro.
Provavelmente você não chegará a reproduzir as construções complexas dos grandes autores, mas de alguma maneira os dedos vão seguir uma lógica aprendida com esses gênios.
O prazer da escrita irá aumentar à medida que você conseguir fazer do seu texto um espelho cada vez mais próximo dos seus pensamentos.
Se ainda suceder que você consiga acrescentar elementos estilísticos, e fazer disso uma marca registrada, tanto melhor, é esse o objetivo do escritor, encontrar sua própria voz.
Tudo bem se o seu texto ainda não estiver à altura das suas aspirações.
Talvez você não tenha encontrado a sua voz.
Talvez ainda não consigue estruturar devidamente os pensamentos.
Só não desista de escrever.
E de ler.
Todos os dias.
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