Quando eu era criança atazanei meus pais com teimosias que beiravam a obsessão.
Uma delas foi comprar um cavalo. E detalhe: queria criar no quintal lá de casa, que devia ter no máximo uns 150 metros quadrados.
Eu não sabia de onde vinham minhas obsessões, só sei que era um obsessivo bastante dedicado.
Sobre cavalos, por exemplo, buscava muita informação, e olha que naquela época nem tinha internet.
Eu juntava revistas de criadores, livros, ia a exposições, assistia a programas, via filmes que tinha cavalo como tema.
Ia a leilões e sonhava em levantar o braço do meu pai pra dar um lance e arrematar os cavalos.
Conhecia as principais raças e suas características, as raças brasileiras, quais eram mais utilizadas para o trabalho no campo, galope, adestramento, etc.
Claro que o que sobrou hoje desse manancial de informação é bem pouco.
Lembro das raças: cavalo árabe, quarto de milha, puro sangue inglês, apaloosa, mangalarga, crioulo, bretão e por aí vai.
Eu era fascinado por cavalaria americana, tive forte apache e colecionei aqueles bonequinhos do tema.
De tanto que era apaixonado, eu conseguia transmitir essa paixão para o meu pai, que por pouco não sucumbiu à minha encheção de saco e botou um pangaré para dentro de casa.
Acho que foi esse o episódio que encerrou minha paixão por cavalos.
A próxima seria cachorro. Ou videogame. Ou bicicleta de 10 marchas. Ou virar carnavalesco.
Foi tudo isso aí e mais um pouco, hahaha.
Como é bom ser criança e achar que pode tudo.
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