Se o critério para ganhar o Oscar fosse originalidade, o prêmio seria de "O quarto de Jack" (Room).
Aqui existe uma grande idéia: uma mãe sequestrada cria todo um mundo imaginário para o filho que nasceu no cativeiro e não conhece nada além do que acontece entre quatro paredes.
Quatro paredes mesmo, porque o pequeno e claustrofóbico quarto só tem acesso à luz natural por um tipo de clarabóia no teto.
Tirando as "visitas" do sequestrador à cama da mulher, mãe e filho só tem um ao outro e as fantasias que ela inventa pra ele.
Tudo se encaminha para crermos que a história vai ficar restrita às tentativas de fuga da dupla, como num típico thriller.
Mas quando a fuga acontece, só estamos no meio do filme.
A trama se desenvolve para valer quando é abordada a readaptação da família e da mãe, que foi sequestrada há 7 anos com a idade de 17, à nova situação.
Percebemos o estranhamento da volta ao seu quarto intocado de adolescente, agora como mãe de um filho ilegítimo.
Enfim, nos damos conta do estrago que o sequestro fez na vida da garota e naquela família.
Uma idéia original e bem contada, aditivada pela química entre Brie Larson (Oscar de melhor atriz) e Jack Tremblay. Com "coadjuvância" não menos brilhante de Joan Allen e William H. Macy.
Para mim, o Oscar moral de melhor filme.
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