Todo contador de histórias ou pretendente a um sabe como é difícil tirar algo interessante do cotidiano comum.
Se você não parte de algo como um gorila gigante trazido pra civilização ou o naufrágio de um transatlântico, é sempre mais complicado contar uma história.
Ou não, como no caso do filme Brooklin.
Mesmo assim, Brooklin só salta da tela porque é um exemplo de conjunção de fatores que no final dão caldo, como bom roteiro, ótima atriz, direção impecável.
A trama em si é banal, a história de uma garota de uma pequena cidade irlandesa que parte para Nova Iorque em busca de melhores oportunidades.
Ela, que nunca tinha saído de sua provinciana cidade, encontra as dificuldades de adaptação de qualquer um que chega a um grande centro sem o suporte de parentes e amigos.
O tipo de história comum com que tanta gente se identifica e que ao mesmo tempo corre um alto risco de passar em branco.
Mas não foi o caso de Brooklin, cuja protaganista, a competente e indicado ao Oscar Saoirse Ronan, tomou as rédeas da narrativa com uma performance contida e convincente.
O filme tem sim alguns momentos mornos, não há grandes reviravoltas e um certo ranço de filme "sessão da tarde" ameaça se instalar na tela.
Aí temos que lembrar que a temática do filme, o conflito de uma expatriada entre abraçar o novo e voltar ao conhecido, foca mais na exploração dos pequenos conflitos humanos.
Só de não cair no dramalhão, já é um mérito e diz muita coisa sobre o talento do diretor e equipe.
Em especial, o desempenho da protagonista.
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