Eu sei como a larva do bicho-da-seda se sente.
Pior, na condição de uma larva que não se metamorfoseia.
Há décadas que estou tecendo meu casulo, numa preparação sem fim para não sei o quê.
Proceder assim é bobagem, eu sei.
Nenhuma larva leva consigo um espelho pra saber se já está suficientemente pronta pra ganhar o mundo.
E quanto é estar pronto?
Se todo mundo fosse esperar pelas respostas, o mundo estaria povoado de casulos.
Mas o mundo é de quem faz, já diria um clichê dito por alguém que não tem medo de errar.
Então escrevo, escrevo, escrevo.
Como se das sementes plantadas nesta página pudessem brotar garras.
Não é discurso, é busca de redenção.
Cada toque no teclado é um protesto das mãos pelo corpo inerte, paralisado pelo medo.
O texto é a testemunha da minha luta.
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