Dizem que o número de protocolo é instrumento importante em defesa do consumidor.
Fiquei imaginando se esse trâmite burocrático atravessasse a esfera comercial e viesse a burocratizar as relações de confiança entre as pessoas.
Como uma esposa ou namorada a protocolar uma reclamação numa D.R. - coisa que elas já o fazem, em seu HD interno de memória infinita.
Ou um jogador de pelada protocolando um penalti não marcado.
Ou um vizinho emitindo um documento reclamando da música alta depois do horário do psiu.
Na verdade o protocolo é necessário num país como o Brasil, onde muitas vezes se passa por cima do direito do consumidor, o que nos deixa sempre com um pé atrás na relação com as empresas.
Mas nunca lhe pareceu que essa formalidade também é uma tentativa dessas empresas de se passaren por íntegras, quando a lisura deveria ser a prática comum?
Todo aquele discurso de que o departamento jurídico vai analisar e tomar as providências cabíveis, blá, blá, blá parece reafirmar o que do lado de cá desconfiamos, que estamos sendo iludidos por uma falsa cordialidade de quem na verdade quer nos foder.
Por isso, nas relações comerciais como nas reclamações da vida, não deveríamos ter que protocolar nada.
As contendas deveriam ser arbitratadas pelo bom senso, mas não é o que acontece.
Prevalece a lei do mais forte, a de quem pode mais, a de quem grita mais, e por aí vai.
O resto é mera formalidade.
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