segunda-feira, 20 de junho de 2016

O difícil fim

Não existe isso de que o difícil é começar.
Há coisas que são difíceis de iniciar, continuar e terminar.
Se for falar de final, me vem exemplos claros de como essa etapa é complicada.
Um texto, por exemplo, exige um fim.
Se o autor tiver expectativas muito elevadas sobre si mesmo, esse final será quase sempre parido com dificuldades.
Outro exemplo, no tênis dizem que a dificuldade da partida é finalizá-la.
Quando o tenista depende de seu serviço para comemorar a vitória, passa um turbilhão de coisas pela sua cabeça, o que dificulta manter o saque e chegar ao seu intento.
Um exemplo clássico é um relacionamento, indiscutivelmente pesaroso de se pôr um final.
É que o final quase sempre está associado a um novo começo, um lugar desconhecido e por isso temerário.
Finalizar significa encararmos o medo do vazio, do fracasso e mesmo do sucesso, que cria um incômodo interno, por mais que agradável.
Talvez o que ajude é acreditar que cada final seja apenas um trampolim de etapa pelo qual nossa vida precisa passar.
Até o último final que é a morte - ainda mais que tanta gente acredite que não seja o último.
Então, ainda que doa, não faz tanto sentido adiar finais que podem inaugurar novas etapas em nossas vidas.
Se a dificuldade vier na hora de botar um ponto final ali, lembre-se da frase que, ainda que manjada, ajuda nessas horas de indecisão: "Se não deu certo, é porque ainda não chegou ao fim".
Mas eu também acredito que o fim seja fazer, independente de se chegar ao final desejado ou não.

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